sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Sobral e Juazeiro são as cidades mais vulneráveis à violência no CE

Sobral e Juazeiro do Norte são as cidades do Ceará com maior Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência, ocupando a 37ª e a 39ª posições, respectivamente. Fortaleza aparece apenas em 68º lugar, mas quando são consideradas apenas as capitais, sobe para 11º. O estudo inédito realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com o Ministério da Justiça, analisou os 266 municípios com mais de 100 mil habitantes no Brasil. Foram analisados o número de homicídios, mortes no trânsito e questões sociais como educação e emprego. ``O estudo observou os níveis de exposição dos jovens à violência, a permanência na escola, a forma de inserção no mercado de trabalho e o contexto socioeconômico dos municípios``, destaca Inácio Cano, do Laboratório de Análises da Violência do Rio de Janeiro. Também apareceram na pesquisa as cidades de Caucaia, Itapipoca, Maranguape, Crato e Maracanaú, todas com vulnerabilidade média. De acordo com Inácio Cano, esse índice é menor nas capitais por causa dos indicadores socioeconômicos. ``As regiões Norte e Nordeste se saíram pior por causa disso. São Paulo, por exemplo, está em 192º lugar. Além de ter uma situação mais confortável socioeconomicamente falando, o número de homicídios diminuiu``. Para Leonardo Sá, pesquisador do Laboratório dos Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (UFC), existe um processo de favelização no interior do Estado. ``São as chamadas favelas rurais que estão surgindo. Sobral e Juazeiro já tem população em situação de favelização. Isso, de certa maneira, faz com que a violência no Interior exploda``. A desigualdade e a concentração de renda, segundo ele, também contribuem para o alto Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência no Interior. ``Os indicadores precisam ser lidos dentro dessa dinâmica de exclusão, principalmente dos jovens da periferia. Tanto da metrópole, como o Interior. De certa forma, a ausência de investimento público nos jovens provoca uma situação de exclusão tanto socioeconômica, como na questão dos direitos``. Conforme Leonardo, as políticas de segurança que o Estado vem promovendo não têm uma visão preventiva e participativa. ``Estão sempre investindo em aparatos tecnológicos, que não resolvem o problema por si só``. Segundo Inácio Cano, o estudo é para analisar as condições de vida da população jovem dos municípios e dar instrumentos aos gestores de políticas de prevenção para aumentar a eficiência das ações para os jovens.
Fonte: O Povo.
Thiago Aguiar

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