segunda-feira, 30 de novembro de 2009

PADRE MURILO MORREU TRAUMATIZADO PELO BISPO



Depois de quatro anos da morte do Monsenhor Murilo de Sá Barreto(foto), principal líder religioso de Juazeiro do Norte por mais de 40 anos, primeiro e único autentico e verdadeiro sucessor do Padre Cícero, somente agora chega ao Juanorte uma revelação surpreendente, instigante e intrigante mas decodificadora da história: Padre Murilo morreu traumatizado por arbitrariedades do bispo diocesano dom Fernando Panico, em suas tentativas de assumir como líder religioso do Juazeiro e dos romeiros do Nordeste e de servir aos interesses da Diocese do Crato, historicamente, desde sua criação, uma vingança do famigerado e prepotente bispo dom Joaquim Vieira contra o Padre Cícero, sempre contrários aos interesses do Juazeiro.

Quando dom Fernando Panico assumiu a Diocese em 2001, Padre Murilo, vigário da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, no Juazeiro, já estava sentindo alguns problemas de hipeertensão e diabetes, mas seu estado de saúde se agravou depois de ato arbitrário do novo bispo que tirou dele o controle administrativo e financeiro da Capela do Socorro, onde está o túmulo do Padre Cícero e com quem o vigário tinha um vínculo muito especial como fiel seguidor dos seus ensinamentos e do seu legado dixado no Juazeiro.
Quando dom Fernando Panico assumiu a Diocese, em junho de 2001, o vigário da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, primeira do Juazeiro, já estava sentindo alguns problemas de saúde, como hipertensão e diabetes, mas desempenhando normalmente todas as suas atividades. De inicio,o novo bispo, ao contrário dos antecessores, procurou aproximação ao Juazeiro e pareceu simpático ao povo da cidade e aos romeiros do Nordeste. Começou a defender o que Padre Murilo sempre defendeu, mesmo diante de pressões contrárias da Igreja: a reabilitação do Padre Cícero e respeito aos romeiros. Novo bispo chegou mesmo a impressionar com sua pastoral em 2003 sob o titulo “Romarias e reconciliação – uma nova postura eclesial diante das romarias e do Padre Cícero”. Entretanto, logo essa postura revelou uma estratégia política: esvaziamento da liderança do Padre Murilo, respeitado e querido em todo o Nordeste brasileiro. Primeiro fato concreto: o bispo tirou dele o controle administrativo e financeiro da Capela do Socorro. Daí em diante, o bispo passou a exercer o controle direto sobre o dinheiro dos fiéis doado em suas visitas ao tumulo do Padre Cícero, nessa capela, um dos pontos mais procurados por milhões de peregrinos ao longo de cada ano no Juazeiro. Um ato considerado arbitrário e desrespeitoso à dignidade do devotado e prestativo vigário do Juazeiro. De acordo com pessoas então próximas ao Padre Murilo, isso o deixou muito contrariado e abalado. Não pela questão financeira, já que o dinheiro não era dele mas da paróquia, e sim porque a Capela do Socorro sempre significou para ele um vinculo muito
especial com o Padre Cícero, cujo corpo esta lá enterrado. Dizem essas mesmas pessoas, que celebrar a tradicional missa do dia 20,aniversário da morte do Padre Cícero, na\ Capela do Socorro, era para o Padre Murilo um momento de satisfação intima pessoal intransferível e de emoção muito especial. Depois desse ato do bispo dom Fernando Panico, ele nunca mais fez essa celebração. Como já estava sofrendo problemas de hipertensão e diabetes, seus amigos acreditam que esse desgosto e essa frustração baixaram, ainda mais sua imunidade agravando seu estado de saúde. Mas não ficou só nisso. Segundo fato concreto: quando o monsenhor Murilo finalmente precisou viajar a Fortaleza para cirurgia ao final de novembro de 2005, foi surpreendido novamente, O bispo nomeou um substituto para o cargo de vigário da Paróquia de Nossa Senhora das Dores quando o normal, até então, era ele ser substituído, interinamente, pelo vigário coadjutor, mesmo em períodos longos, como férias ou viagens a Europa. Para seus maiores amigos, ainda reservadamente, foi outro arbitrário e desrespeitoso pois considerou vacância antecipada diante da enfermidade do vigário. De acordo também com essas pessoas próximas ao Monsenhor Murilo, isso o deixou bastante contrariado e ainda mais fragilizado e abalado. E foi nessas condições, muito debilitado e com reduzida imunidade, que ele enfrentou a cirurgia em Fortaleza onde morreu em 4 de dezembro de 2005. Morreu traumatizado,confessam agora seus amigos mais próximos.Quatro anos depois da morte de monsenhor Murilo, os gestos públicos de gentileza do bispo dom Fernando Panico, como o titulo concedido de monsenhor, a criação do Instituto Monsenhor Murilo e o seu sepultamento na Capela do Encontro, na Basilica de Nossa Senhora das Dores, hoje já são interpretados no Juazeiro como tão somente gestos públicos compensatórios do bispo diocesano
pelo desprestigio, pelo constrangimento e pelo abatimento impostos ao Vigário do Nordeste. Quatro anos depois, dom Fernando Panico já não é visto no Juazeiro com os mesmos olhos que o viram quando chegou ao Cariri. Sua bandeira para reabilitação do padre Cícero já não inspira tanta confiança e credibilidade.Depois do impacto do seu lançamento, a campanha pela reabilitação agora está na chamada fase de sustentação – para manter as esperanças - que pode durar até uns 100 anos nos prazos mais otimistas do Vaticano. Dizem que pode até virar lenda como virou a canonização de Cristovam Colombo iniciada pelo papa Pio IX(1792 - 1878) e até agora nada. Quanto à aproximação de dom Fernando Panico aos romeiros, mais do que uma postura sincera de reconhecimento pastoral, como era a do Monsenhor Murilo, parece agora mais uma estratégia conveniente, oportuna e necessária da Igreja Católica, que vem perdendo fiéis diante do avanço das chamadas igrejas evangélicas, e também estratégia em favor da manutenção da Diocese do Crato que sempre viveu às custas do Juazeiro. Por isso, nas igrejas do Juazeiro já começa a haver uma reação silenciosa de insatisfação contra o apetite financeiro do diocesano que aumentou de 10% para 12% o volume de dinheiro das doações dos fiéis às paróquias juazeirenses retirado mensalmente para a Diocese de Crato. Com tudo isso, apesar do seu esforço pessoal e de suas tentativas de cortejamento, dificilmente dom Fernando Panico será reconhecido e aplaudido como líder religioso do
Juazeiro. .Essencialmente, porque está a serviço dos interesses de Crato sempre em colisão com os interesses do Juazeiro. Como bispo de Crato, não é bispo do Juazeiro. Disposição funcional e interesses são conflitantes. Se dom Fernando Panico fosse defensor do Juazeiro, já teria tomado uma atitude, como seria do seu dever, de propor ao Vaticano a criação da Diocese do Juazeiro, atendendo ao apelo, revelado em pesquisas de campo, de 95% dos juazeirenses e 96% dos romeiros do Nordeste. Por enquanto, Juazeiro está sem líder religioso e vivendo com saudades do Padre Murilo. Quem quiser ser o novo líder religioso do Juazeiro, não pode ser hesitante, evasivo, parcial, ficar em cima do muro, titubeante ou omisso; precisa ser 100% defensor determinado e vibrante dos interesses e das causas do Juazeiro, comprometido integralmente com Juazeiro, como foi o saudoso Padre Murilo, honrando o legado deixado pelo venerável Padre Cícero, que foi a vida inteira, diante das maiores adversidades, inclusive terríveis perseguições da Diocese de Crato e de sua própria Igreja, defensor intransigente do Juazeiro. Coincidentemente, Padre Cícero e Padre Murilo dedicaram suas vidas por amor ao Juazeiro, sempre demonstraram, sinceramente, o mais profundo respeito aos romeiros e até na morte, tiveram algo em comum: ambos morreram traumatizados por seus diocesanos. Por dimensões e razões diferentes, mas traumatizados. Mais ainda por isso estarão para sempre vivos na memória e no coração do povo do Juazeiro e do Nordeste brasileiro.
(Site:Juanorte)
Opiniões aqui expressas não refletem necessariamente as opiniões do Veja Juazeiro.
Thiago Aguiar

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