quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Carmen Pompeu, ESPECIAL PARA O ESTADO.


No Ceará, é forte o investimento em energia eólica. O Estado já é o maior produtor desse tipo de energia gerada pelos ventos no Brasil. Sozinho é capaz de produzir 577,93 MW, o que corresponde a 35,2% do total gerado em todo o País. O segundo maior produtor, o Rio Grande do Sul, gera 227,56 MW. E o terceiro, Santa Catarina, 226,73 MW. O Nordeste desponta como principal região para produção de energia eólica e vários fabricantes de equipamentos estudam instalar-se na região.
A meta é que até o final deste ano, os cata-ventos instalados ao longo do litoral cearense atinjam 800 MW. Dez parques eólicos já estão em funcionamento. Outros sete ainda se encontram em construção ou aguardam liberação da Justiça por queixas de moradores que temem o impacto ambiental. Parte desses parques está sendo instalada em áreas de dunas.
Dos 17 parques eólicos estarão em funcionamento no Ceará – 14 deles são do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa) e três de programas anteriores.
De acordo com o coordenador de Energia e Comunicação da Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra), Renato Walter Rolim Ribeiro, juntos, os parques eólicos representam uma economia anual de água em torno de 2,1 bilhões de metros cúbicos para o sistema energético do São Francisco, que abastece o Nordeste.
Os números comparativos constam de estudos feitos pela própria Seinfra sobre energias renováveis. Através dele, técnicos chegaram à seguinte conclusão: Além da economia, uma vez que a água poderá ser acumulada para outros fins que não o de apenas fazer funcionar as turbinas das hidrelétricas formadas a partir daquele rio, os parques eólicos cearenses evitarão, por ano, a emissão de 1 milhão de toneladas de dióxido de carbono. Emissão esta que seria provocada pela derrubada de árvores para a construção de hidrelétricas.
Renato Rolim argumenta que o Brasil, ao investir em parques eólicos, economiza cerca de R$ 163 milhões necessários para erguer as linhas de transmissão e outros R$ 336 milhões para investimentos em geração de energia elétrica convencional.
Entre as vantagens para a instalação de parques eólicos, Renato Rolim cita o aumento da quota das barragens, a redução no aquecimento global e suas consequências e, principalmente, a preservação do meio ambiente.
No entanto, existem dificuldades para a consolidação do setor eólico, tais como a compra de equipamentos; a inexistência de uma cadeia produtiva do segmento e de um programa de compra de energia gerada a partir de fonte eólica; o alto índice de nacionalização dos equipamentos exigidos pela legislação; bem como problemas de conexão com a rede básica e a de distribuição.
Thiago Aguiar

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