terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Juazeiro do Norte tem o seu Ronaldo.


A vida sofrida no interior do Ceará é a sustentação da pureza de sentimento que carrega Ronaldo Angelim em sua saga como zagueiro do Flamengo. Aos 34 anos, em sua quarta temporada no clube, ele chegou ao ápice de sua carreira ao marcar o gol do sexto título brasileiro do time rubro-negro.

Angelim vive no Rio com a mulher, Ricássia, que não aguentou ficar no Maracanã até o fim do jogo, e os filhos Ronald D'Boer, de nove anos, e Rikelme, de três, que permaneceram no estádio acompanhados pelo pai do zagueiro, Antônio, considerado pé-quente, apesar de ser vascaíno. Mas o atleta tem oito irmãos em Juazeiro do Norte (CE) que dependem de seu trabalho como jogador. A visão que sua mulher teve do gol ainda está longe do sonho de conseguir comprar uma casa para cada representante da família.
"Eles trabalham, mas recebem muito pouco para sustentar uma casa, pagar aluguel, luz e água. Eu ajudo a todos e um dia, se Deus me permitir, vou conseguir comprar uma casa para cada irmão. Assim, vão deixar de pagar aluguel", afirmou Angelim, que vive longe de badalações, mora em Copacabana e deixa de lado os carrões ostentados pelos companheiros de profissão.
Apesar de saber da importância de seu gol, Angelim mostra até desconhecimento de como uma conquista como essa pode marcar a vida dos torcedores. Rondinelli, por exemplo, continua na lembrança da Nação 31 anos depois de fazer o gol do título estadual sobre o Vasco. Seu contrato vai até o fim do ano e ele quer ficar no time rubro-negro.
"Acho que daqui a uns 10 anos já vão esquecer. O Flamengo tem tudo para ganhar outros títulos. Não foi o meu gol, mas o trabalho de um grupo", disse Angelim, que ensaiou exaustivamente a jogada do gol com Petkovic: "Todo treino eram umas 50 cobranças de escanteio. Ele não estava acertando a cobrança, mas aquela encaixou certinho".
Cearenses festejam o sucesso do zagueiro
A "Nação Cearense" está em festa no Rio com o sucesso de um de seus filhos mais ilustres. Apesar de ter nascido no interior de São Paulo, Ronaldo Angelim se mudou para o Ceará ainda na infância e virou ídolo. Pelos bares e restaurantes do Centro do Rio, os cearenses exibiam orgulhosos pôsteres do Flamengo. Garçom do bar Amarelinho, na Cinelândia, Cícero Granjeiro lançou a candidatura de Angelim para governador do Ceará. "Quando ele decidir abandonar a carreira, queremos que ele volte para governar nosso estado. Será eleito com toda a certeza".
Outro garçom, Gilvan Ferreira, pediu ao patrão para trabalhar vestido com o Manto Sagrado e foi atendido. "É um orgulho para todos nós, cearenses, ver o Brasileiro ser decidido pelo Angelim".
A festa da Fla-Ceará também tomou conta da Zona Sul. Na portaria do prédio onde trabalha, José Arlindo estava feliz da vida. "Todos nós, cearenses que torcemos para o Mengão, subimos para cabecear aquela bola".

Portal Terra.


Quando Angelim chegar a Juazeiro do Norte, o caminhão do corpo de bombeiros deveria leva-lo em carreata por toda cidade, ele merece, além de um grande jogador é um grande cidadão Juazeirense.
Thiago Aguiar

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